domingo, 22 de julho de 2012

Pavão Estranho

Vazio e sem piu, está o pavão auto-intitulado, quando olha para o lado e se vê sozinho. O silêncio deixa-se invadir pelo ruido das vozes que moram em mim, ao ponto de nem conseguir pensar, ou nem tanto, mas ao ponto de nem ouvir os meus pensamentos. Não pinto, não escrevo, tudo por não conseguir ouvir os meus pensamentos, vazio e cansado. Sinto, alias, não me sinto realizado, nem um bocado, cansado acho que nem tenho estado por cá, nem por lado nenhum. Se não me manifesto, não sou e se não sou não estou. Mas sorrio, neste momento sorrio pela alegria do regresso. Tinha que voltar, não é natural não ser, custo a fazer-me entender, o que tambem não é natural, é isso que me faz mal e me suga o ser que sou e que existe em mim. Por fim, só umas teclas e parece tudo voltar ao ritmo normal, de quem produz no tal ritmo infernal, tal que queima os dedos nas telcas já lisas dos malditos com que as pisas. Só precisava deste momento de dêmencia para sobreviver mais um tempo e abanar finalmente a estrutura e lutar pela minha ideia. Prometo que não deixo voltar a chegar a este estado tão parado e vazio. Com algum ar no peito, sinto logo o efeito de que me tinha desfeito e sou presunção por um momento.