segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Dias e Anos de Vida

Muda o ano, cresce mais um cabelo branco e uma ruga.
Mantêm-se os votos de anos anteriores, será que é desta que tenho a força de vontade?
A força e a vontade para que as linhas onde vai ser escrito este novo ano não me preguem nenhuma partida.
Todos os anos são iguais, ou têm sido, promessas e esperanças, brilhos e luzes ao fundo do túnel.
Mas o túnel é grande, como a vida.
Aquele brilho e aquela luz parecem sempre mais fortes nestes dias verdes de esperança.
O ano vai passando e há dias nublados, há dias encarnados e dias azuis, sem esquecer os esperançosos.
Os dias nublados servem só para valorizar os azuis.
Naqueles dias encarnados, e eu nem gosto de encarnado, dias quentes em que o sangue ferve e na ebulição fogem pensamentos conscientes de que o fogo pode e vai queimar, se brincarem com ele.
São esses dias os dias antes dos verdes.
Há a esperança depois do dia encarnado, esperança de que o jogo do fogo não queime, ou pelo menos, que não queime muito, mas mais que tudo, que não deixe marca.
Todos estes dias, todos estes anos.
A esperança, a força e a vontade, apenas estas podem manter os votos para o caminho.
Mais um cabelo branco ou todos os cabelos brancos e rugas de uma cara amarrotada que quer conduzir um ano seguro.
Um dia de cada vez, um ano de cada vez e uma vida, uma vez.