Há feridas que queremos que não sanem.
Há aquelas que curamos sem querer.
Brincamos com os golpes e apreciamos a dor.
Paramos as brincadeiras porque dói demais.
Se não fizer a cura de forma acertada vai infectar.
Infecta e contagia a dor até o espelho sangrar.
Quando o espelho fica sem sangue, a dor foge.
O Salvador deixou fechar a dor e aguentou a infecção.
Divagou ferido enquanto pedia salvação.
O ferimento cicatrizou e sanou a peste.
Vagueei, deambulando doente, mas sobrevivi ao teste.
É uma marca que fica no corpo.
Desinfecta-se com Asneiras, copos cheios delas.
Divagações e ligaduras e loucuras sem curas.
A Água suja e impotável não cura as mazelas.
As Asneiras são piores com gelo.
O corpo aguenta, a marca esvanece.
A ferida seca e a dor desaparece.
Divagações lusitanas.
Chaga salgada, Portuguesa…
Vou deixar secar o ferimento, de certeza.