terça-feira, 30 de março de 2010

Formas e Visões

Já escrevi, palavras que pareciam desenhos.
Já pintei, desenhos que pareciam palavras.
Formas de expressão que comunicam em silêncio.
Lutas e desistências.
Insistências seguidas de reticências.
Arte de qualquer forma.
Papel timbrado, tela ou teclado.
Expressa-te e informa.
Todas as tuas intenções.
Há quem desista.
Há quem insista.
Consenso não há, mas devia haver.
Era bom que nos pudéssemos entender.
Mas parece que não.
Quase de saída.
Seguir a vida.
É legítimo, mas tenho pena que assim seja.
E que esteja para breve a ultima vez que te veja.
É assim que tem que ser, então seja.
Sem aproveitar.
Deixar o tempo esgotar.
E em vão.
Chateia-me e entristece-me
Deixar de partilhar o chão.

domingo, 28 de março de 2010

És Feliz?

Como assim, feliz?
Podia ser muito mais feliz.
Eu e o mundo.
Mas se perco alguns momentos para pensar.
Não chego a conclusão nenhuma.
Preciso de mais.
Momentos para pensar.
Momentos para lembrar.
Não sei, nada, nada de nada.
Nada sei sobre a felicidade.
Sou feliz, quase ao máximo.
Sou um sortudo.
Sei ser feliz, mas conseguia ser mais.
Muito mais, pleno.
Suponho, imagino.
Falta sempre algo, ou alguém.
Não digo o quê, nem quem.
E tu, és?
Seres insaciáveis.
Insatisfeitos.
Desfeitos, perfeitos em todos os defeitos.
Espíritos da procura.
Da luta.
Guerreiros sem espírito.
Loucos sem Alma.
Almas distintas.
E tu? O que achas?

terça-feira, 23 de março de 2010

Lutas Desiguais

Querer sem querer.
Aquilo que não se pode ter.
Teias que apanham e prendem.
Lutas em que se aprendem.
Valiosas lições, grandes elações.
Por entre divagações e devaneios.
Refugio-me nos recreios.
As palavras que se mostram e escondem.
Estados de Alma, nus de calma.
Exaltações.
Lutas desiguais.
Querer sem querer.
Ter e deitar tudo a perder.
Sem querer ser derrotado.
Por um subconsciente que se mostra presente.
Ou então sei da armadilha.
Sei que me prendo onde não devo.
Sei que me liberto quando escrevo.
Sei, ou devia saber, querer com querer.
Propositadamente.
Honesto e directo.
Querer dar o afecto.
Querer-te longe, mas no fundo querer-te perto.
Desigualdade de lutas entre mentes astutas.
Ou que se acham.
Elevam e rebaixam.
Chamas, que se apagam e acendem.
Chamas, mas os meus pés não se rendem.
Mesmo com querer.
Fujo e não me deixo ver.

sexta-feira, 19 de março de 2010

Sou

Sou, simplesmente.
Algo que existe, ou algo da mente.
Sou até mais.
Sou e serei demente.
Falo por mim e para a minha gente.
Sou, a escrever.
A ler, ou até sem ser.
Essencialmente.
Sou divagação, presente e ausente.
Podia ser mais mas o meu peito não sente.
Não digo mais porque a minha alma não mente.

Errar da Certa Forma

O porquê da incorrecta decisão.
Não há razão.
Viajo elevado e aéreo numa divagação.
Regressar iluminado pela moral.
De quem sabe o bem e o mal.
E por entre decisões erradas.
Estar certo em todas as pisadas.
Sem complicações, nem grandes exibições.
Mantenho o ritmo das paixões.
Ardores conscientes, ou nem tanto.
Chamas de agora e do entretanto.
Sem canto fico sentado no meu.
Vejo os erros, vejo tudo.
E até quem sou eu.
Vou vendo.
Mas a alma não vendo.
Fora do mercado, ela segue espiritual.
Observo atento, o destaque fatal e pouco banal.
Directo ao assunto sem o mesmo, é sempre o mesmo.
É habitual.
Ardo a chama que não queima.
Platónica, sem duvida algo mais.
A jornada vai em brasa.
E queima, a casa pouco certa, mas ainda acerta.
Na mente insana e desperta.
Quando, errada, será o teu dia?
Quando não sei.
Mas será e até lá…
Disparato em teu nome.
Mas não o pronuncio nem anuncio.
Evito a fortuna, sem risco nem prenúncio

sábado, 6 de março de 2010

Os dias que voam são os que na memória passam em câmara lenta.
Estes são os que valem a pena.
Toda a gente os quer.
Toda a gente os tenta.
As lutas para que todos os dias sejam assim.
Todas as lutas para que os dias sejam assim.
É viver a voar e a lutar para lembrar em câmara lenta.

quarta-feira, 3 de março de 2010

Curandeiro do Tempo

Tac tac, tac tac.
O ponteiro implacável segue incessante.
E corre com ritmos ilusórios.
Com dias que passam e são avante.
Tac tac, tac tac.
A mais precisa pontaria apontou certeira e foi lotaria.
Uma quase completa e repleta de brilho, volta.
Um horário fácil que voa no contraste do turno.
O tempo viajava a velocidade luz.
Era a medicina do saneamento espiritual.
Agiu curandeiro e limpou a alma da condenação.
O relógio dançava e o ponteiro orquestrava.
Rituais tribais emparelhados em pronuncias curativas.
Cachimbos mágicos, vudu e feitiçarias.
Revigoram a alma e devolvem poderes.
E o mago ergue uma pena de pavão.
Agita-a e liberta poeiras luminosas.
Tac tac, tac tac.
Invicto e convicto da iluminação.
Urge e voa sem sair do chão, a magia do pavão.
Tac tac, tac tac, o tempo do contra-ataque.