Deambulo por entre letras, palavras e teclas.
Salto, corro, pulo e tudo isto, fulo.
Não, mas poderia ser.
Já fui um romântico.
Já fui um existencialista.
Multipliquei-me por infindáveis eus.
Ate já quase fui artista.
Agora sou só louco.
E não é pouco.
É muito, cada vez mais.
Mas domino a minha loucura tão bem como ela a mim domina.
Sou impróprio para consumo.
Tenho um feitio fodido.
Há dias que não sou compreendido.
Caguei nisso tudo.
Vale-me entre tudo, o nada.
Faço magia quando argumento.
São truques e nem sequer tento.
É o dom do sarilho.
O magnetismo para o enredo.
Por entre uma variedade de registos.
Largo estruturas.
Mando rimas ao ar.
Nada disso importa, nem vai…importar.
Tive dias em que era mel em cada palavra.
Outros…
Outros em que o meu feitio era só fel.
Mas aqui, o meu génio impera.
E não quero saber de métricas.
Não quero saber de criticas.
Simplesmente não quero saber.
Mas sei.
Ignorância consciente.
Ou algo semelhante.
Hoje não sei quem sou.
Sou tu.
Sou todos.
Muitas almas para um homem?
Muitos homens para uma Alma.
Atravessei um século carismático.
Reencarnei num jovem problemático.
Ainda fico no tempo.
Sem querer, ou talvez queira.
Mas não da forma que fico.
Era bom poder escrever vidas e no fim apresentar uma moral.
Um fim de história que desse a mensagem certa.
Mas não.
É só mais um registo do impróprio.
O Louco, O Sem Salvação.
Salvador e nem sei quem mais, apenas eu próprio.