quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Honestidade

Nada, não quero.
Tudo, não quero.
Eu nem me quero.
Quando falo em tudo.
Não quero tudo.
Quando falo em tudo.
Quero disposição para tudo.
Quando penso nisso.
É complicação a mais.
Até para quem complica.
Até para mim.
Nada, é o que resta fazer.
Só de o imaginar.
Perdição do que se perde em si.
Quero disposição para tudo sem que o implique.
E por mais que implique não fico alheio.
Não dá.
Só quero coragem para um passo.
Não quero o passo.
Poder arriscar, ser capaz.
Não o fazer por não ser necessário.
Mas ser capaz em caso de.
Tempo que arde.
Queimaduras sem grau.
Sem medição.
Milhões de motivos.
Sem um motivo.
Não se controla.
Grito e abano.
Silencioso e estático.