A palavra é o instrumento que lavra e cultiva o diálogo.
É o que me ajuda quando quero dizer algo, ainda que difícil de ser dita poderá sempre ser escrita.
Pode ser bonita, se for correctamente trabalhada e acertadamente posicionada, numa frase bem articulada.
Mas pode também ser feia, se não for verdadeira, dita em vão e de qualquer maneira.
Tem o poder e o dom de conseguir exprimir as ideias e intenções de quem a proferir.
Ainda que incerta, é ela que me liberta e nela que me encontro, quando ando sozinho e perdido no meu labirinto mental.
É ratoeira e não faz mal, porque é ela que me prende e nela que me perco quando penso e por questões de bom senso eu hesito e evito dize-la.
Mas digo, nem que seja sem sons, sem letras e qualquer outro pormenor ou adorno.
Os olhos também falam e não há retorno nem volta a dar, porque eles dizem sempre a verdade.
E mesmo quando a palavra é adornada com a criatividade retórica da eloquência, eles dizem-na sem falsidade.
A palavra é a semente da minha demência, mas é também, a essência da comunicação.
Foi ela que deu origem a civilização e a destruição, não é boa nem é má, é aquilo que fizeres dela.
Presa na dualidade do certo e errado, ela é a ténue fronteira instrumental que me permite escolher entre o bem ou o mal.
Aliada com o bem, é a força fundamental que inspira e fortalece o espírito.
Com o mal, ela é a ferida que fere, mata ou infecta a alma e acaba com a paz e a calma.