Há pacotes de açúcar que dizem que saborear é a melhor coisa do mundo.
Nada disso, os pacotes de açúcar não dizem nada porque os pacotes de açúcar não falam.
Saborear um toque entre dois lábios, que bailam no magnetismo tal como o íman o faz.
É crescer água na boca só de imaginar e deliciar-me com uma memória.
Termo vago, o suficiente, para todos aqueles que quiserem perder algum tempo o façam.
Ao divagar sobre saborear pode ajudar lembrar o que se quer saborear, como se chama o sabor, onde está o sabor e muito importante saborear de facto.
O sabor de um toque que toca e percorre um corpo quente enquanto uma brisa fresca se aproxima e se deixa saborear, é esse sabor que o açúcar diz, suponho.
A delicia que delícia as papilas gustativas em todas as infinitas tentativas.
O sabor de um corpo, o gosto de um beijo, o apetite pelo contacto e mesmo o saborear de um olhar.
Tudo isso é saborear, tudo isso é apreciar.
Acredito que haja, ainda, muito por dizer, mas, no entanto e entretanto, deixo a restante divagação ao critério de cada um.
Já que esta reflexão é apenas uma perna no corpo de sabores que neste momento vejo ao divagar com o saborear.
Deixo-vos com um conselho, se me for permitido, saborear é durar, durem porque enquanto durarem terão momentos que serão sempre, nas palavras do açúcar, a melhor coisa do mundo.