Se eu tivesse uma ilha.
O tempo era meu.
Quem escolhia as horas, era eu.
Se eu tivesse uma ilha.
Nela o tempo voava.
Para a frente e para trás, eu controlava.
Se eu tivesse uma ilha.
O pôr-do-sol era a toda a hora.
Intercalado com o nascer do Sol de hora em hora.
Se eu tivesse uma ilha.
Era uma ilha de loucos.
Todos eles, nós…respeitávamos apenas uma regra.
Era a verdade.
Nos meus loucos, entre os que andavam na minha ilha.
Havia uma louca verdadeira.
Doida varrida, uma amiga de primeira.
Ela dizia que queria um caixão de vidro.
Uma espécie de moldura, um livro.
Nele desejava ver as suas cinzas a dançarem com flores.
Se eu tivesse uma ilha.
Essa louca era deusa, era religião.
Eu não tenho uma ilha.
Mas tenho esta Divagação.
Rezo aqui orações divinas e desejos loucos.
Brinco com o tempo que nos queima aos poucos.
Eu não tenho uma ilha.
Mas tenho ideia de como seria se tivesse.
Vivo de acordo com a ideia.
Dos Loucos e da regra da verdade, como se lá vivesse.