É, inexistente é zero e sincero opino no nulo do que penso e real na realidade, acho realmente que os rasgos se encostam e deleitam no ócio opiáceo, de um salário mensal, semanal ou diário, mas se isto traz estagnação pensa no ano, em detalhe e de estação em estação, aponta todos os que saem, expulsos, alegres, desesperados e presos a uma vida que não conseguem carregar.
Encarregam-se e carregam em promessa dessa tal factura, que dura mais tempo que a tua vida dura, é duro fraquejar com tamanha vida para carregar e que ela acabe por te ganhar.
É certo que desmoraliza, mas a frio atiça a ira, acende a brasa, a chama, aquela gana furiosa que alcança na luta e chega por cima ao topo da vitória, no cimo da glória, momentaneamente.
Continua a não ser produção, e nesta também não o é, porque com o velho frio no pé isolo e logo noto que hoje não há mundo, há o inexistente, o produtivo que nem vivo e que nem morto produz, nem pelo desporto, apenas embarca na barcarola e inicia a viagem pela carola, e rola na barcarola até que salta como um coelho da cartola, a produção, inexistente e ilusória, um truque de magia, um brilho de ilusionismo, nada.
É, acho realmente que se deleitam, enquanto o mundo existe e o degradam, agravam e instalam uma crise enraizada, na cultura rica e bela, sempre presente e desde sempre endividada, o problema cresce e os inexistentes multiplicam-se para multiplicar o agravamento, tanto, mas tanto e eu até tento ser um dos raros, tanto que até eu afundo a barcarola e deito fora a cartola.
A nu a produção é simples e obviamente a solução, mas o problema passa por chegar a esse ponto, produção a nu e do isolamento do rebento de onde rebento e que me rebenta, projecto na nascença um astro que sabe o caminho e encontra a produção.
Tendo o destino sido escrito ou pintado, a viagem ajuda-me a gostar de ser apupado e sem estar preocupado aponto-me entre todos os donos do diletantismo, eu também me deleito, por azar ou defeito sou mais um inexistente, donos do diletantismo meus compatriotas, eu sou um de vós, um raro.
Afundei a barcarola com o peso da minha promessa, tinha o astro como bússola, por isso perdi o norte diletante, mágico e ilusório que me levou a escrever e pintar o meu destino.
Produto da multiplicação, somo sem produção algo que não há e junto uma medida do ingrediente que não é, agito, complico quando dito algo que nem sempre dá para passar da cabeça para o escrito e igualo um resultado, ócio, disse-o para mim e disse também que pela produção já não vou mais além, nem eu nem ninguém.