quarta-feira, 29 de abril de 2009

Hábitos antigos

Panóplia dos costumes imortais.
Já tentei mudar, já tentei ser boa pessoa e dar atenção, carinho e amor.
Parece que não dá.
A tradição pela qual me movo é um velho e enferrujado caminho-de-ferro onde circulo e vou circulando há já muito tempo.
Não sou recomendável a ninguém, por isso não queiram aproximar-se do impossível.
“…por alguma razão o fiz mas sei que em mim reside a força de lutar…”
Luto e vou continuar a lutar para não alterar a minha essência.
O meu espaço é sagrado, seja ele virtual ou o meu real metro quadrado.
Na minha bolha íntima a entrada é vedada a todos os que não sejam um dos meus eus.
E quando os hábitos parecem mudar, não mudaram, foi a vida que mudou um bocado e tudo o resto pareceu e, ou pereceu.
Familiarizado com a minha loucura sou um dos meus melhores amigos e o meu pior inimigo.
A minha esquizofrenia permite-nos chegar as várias conclusões a que já cheguei anos antes.
Porque estes hábitos não morrem e eu já sabia a ideia a que ia chegar, porque as repetições nos levam a viajar mentalmente pelo passado, futuro e presente num piscar de olhos.
A próxima conclusão a que chegar já lá cheguei, a próxima coisa que descobrir já descobri.
Um passo a frente de mim mesmo, vivo como me habituei.
Casmurro, teimoso, obstinado inflexível e caprichoso aos meus costumes e na minha dinâmica rotineira, posso ganhar e posso perder, mas já vem do antigamente este hábito e com ele e na minha loucura, aprendi a ser feliz, a minha maneira.