quinta-feira, 23 de abril de 2009

O Fadista

Músico do destino, alma e paixão.
Numa complexa e bela melodia única e nacional, canta as letras da saudade, do amor, da desgraça e do criticismo social.
E volto a um texto que comecei na ressaca da visita ao berço do fado.
Volto, apenas para dizer que agora, algum tempo depois, talvez consiga dizer qualquer coisa sobre o Fadista.
O Fadista é como todos os portugueses.
É alguém que anda no meio de nós, como todos nós andamos no meio uns dos outros a fazer a nossa vida regularmente.
Talvez na esperança de um milagre que mude a rotina.
Talvez só a viver.
Mas a verdade é que nem fados nem fadistas descrevem melhor o que é ser português do que o próprio facto de ser português.
Nem é necessário ser português, basta sentir-se como tal.
Afinar a voz, desafinar ao coração e gritar a mais portuguesa de todas as palavras.
Saudade! Coisa tão nossa, tão nacional.
Tenho orgulho, em Portugal e em ser português, mas não sou, nem serei nunca extremista.
Mas o fado, o fadista e as guitarras que choram são movidos pela paixão, e cantam o destino.
O Fadista e a sua voz de bagaço, de anjo ou de demónio.
Seja qual for a sua forma de cantar ou gritar, o homem ou mulher que canta o destino tem de nome fadista e por muito que ande a volta do tema a verdade é que expressa apenas o que tem dentro de si.
O fadista, o escritor, o canalizador, o pintor, todos gritam o que sentem.
Não parem de gritar!