sexta-feira, 5 de junho de 2009

Asneiras

Encontro o sarcasmo no fundo de um copo.
Até chegar ao fundo ingeri asneiras com gelo.
E esse copo que como os poços, tem um fundo.
Esse copo…
As asneiras dentro de um poço, são tantas que perco a conta.
Ao fim ao cabo andei a dançar no gelo até cair na asneira.
Depois da queda, o mar de asneiras faz com que me afogue.
Mas sem morrer afogado, já tenho o pé na base.
Não há mais aquele risco de afogamento.
Mas também já não há asneiras, afoguei-me nelas até ficar grogue.
Preso num copo onde me encontro com o meu reflexo.
Eu, o meu reflexo, o sarcasmo e a minha alma lá em cima.
Bem na borda do copo a minha alma chama por mim.
Embriagado com as asneiras e com o sarcasmo.
Hipnotizado pelo meu reflexo, gostava de poder encher o copo de asneiras novamente.
Assim era capaz de, sobre elas e sem as consumir, erguer-me e da prisão sair.
Assim libertava-me daquele copo sarcástico.