Errei, neguei e nego até a morte.
Um erro fatal em que fiquei sem norte.
Mas não foi mentira nem foi uso.
Foi real e por vezes confuso.
Não foi perdido nem será esquecido.
Fui salvo no tempo vivido.
Se tivesse confessado não teria vivido o tempo.
E por isso nego convicto.
O veneno foi mais forte que o erro.
E na verdade não há palavras que santifiquem.
Há apenas as palavras que não menti.
As palavras verdadeiras quando falei o que sentia por ti.
Sei genuinamente que foi puro o que senti no peito e na mente.
Foi na fatalidade de um erro imperdoável, que guardei para mim.
Foi por guardar para mim que ainda vivi até ao fim.
Não esqueças porque eu não vou esquecer.
Ou esquece, se for mais importante um erro de percurso, que o caminho em si.