quarta-feira, 10 de junho de 2009

Janelas

Olho-me nos olhos em frente a um espelho.
Estes espelham cruzamentos de luzes sem fim.
Abro as janelas da minha Alma e vejo para dentro de mim.
Espreito e não entro, barro-me a mim mesmo por instinto.
Desconheço por completo a profundidade da visão.
Pela janela aberta há apenas algo que me desperta.
O nada de uma Alma vazia entre copos e divagações.
Perco o pudor e tento novamente.
Olho até os olhos pestanejarem e fecharem a janela a minha frente.
Mais uma vez apenas consegui espiar alguns instantes.
Mas desta vez não desisto porque vi mais do que antes.
A derradeira visão, vou partir os vidros e forçar a entrada na minha mente.
Entro e tropeço na entrada para uma queda no escuro onde flutuo.
Entre copos, asneiras e repetições vou voando por entre divagações passadas.
Até que o, inevitável, impacto me projecta novamente para fora de mim.
Saio pela janela forçada e através dos cacos concluo.
A janela estava fechada porque não sou bem-vindo ao meu interior.
É mais que certo, que o melhor é puxar o meu interior ao exterior.
Janelas de salvação de uma Alma divagante são apenas para vigiar.
Afasto-me entre estilhaços que espelham os meus movimentos de abandono.
Disciplino-me enquanto me dirijo para a saída, até ao dia que volto.