domingo, 11 de janeiro de 2009

Disciplina

É inacreditável como uma cabeça sai do lugar sem dificuldade.
Deveria estar concentrado em ler, porque tenho que o fazer.
No entanto estou a escrever, a queimar tempo, quando a minha obrigação é, pelo menos nesta altura, queimar a pestana nos livros.
E não consigo, consigo apenas distrair-me com a televisão, com a Internet, com uma mosca ou com os barulhos da rua.
E faço tudo menos o que é suposto fazer.
É provável que venha a pagar por estas atitudes irreflectidas.
Mas ainda assim, tenho fé, sem ser crente em muita coisa, alem da sorte, de que vou conseguir.
E espero realmente conseguir, caso contrario este será a minha pior divagação de sempre.
E nem falo da qualidade, porque sou suspeito para avaliar as minhas palavras.
Digo pior pelas consequências deste tempo perdido com todas as distracções possíveis e impossíveis.
Mas, na verdade, o tempo nem é muito, porque hoje, não sei se por não me poder distrair, ou não dever, corrijo.
Hoje divago a alta velocidade, contra relógio, mas como quero chegar ao fim não me vou prolongar muito mais.
Vou, tentar, ter a disciplina para conseguir acabar esta divagação sem comprometer as minhas obrigações.
Disciplina, ou falta dela, é por isso que ainda aqui estou.
Mas não por muito tempo vou voltar aos livros, só depois voltarei.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Dias e Anos de Vida

Muda o ano, cresce mais um cabelo branco e uma ruga.
Mantêm-se os votos de anos anteriores, será que é desta que tenho a força de vontade?
A força e a vontade para que as linhas onde vai ser escrito este novo ano não me preguem nenhuma partida.
Todos os anos são iguais, ou têm sido, promessas e esperanças, brilhos e luzes ao fundo do túnel.
Mas o túnel é grande, como a vida.
Aquele brilho e aquela luz parecem sempre mais fortes nestes dias verdes de esperança.
O ano vai passando e há dias nublados, há dias encarnados e dias azuis, sem esquecer os esperançosos.
Os dias nublados servem só para valorizar os azuis.
Naqueles dias encarnados, e eu nem gosto de encarnado, dias quentes em que o sangue ferve e na ebulição fogem pensamentos conscientes de que o fogo pode e vai queimar, se brincarem com ele.
São esses dias os dias antes dos verdes.
Há a esperança depois do dia encarnado, esperança de que o jogo do fogo não queime, ou pelo menos, que não queime muito, mas mais que tudo, que não deixe marca.
Todos estes dias, todos estes anos.
A esperança, a força e a vontade, apenas estas podem manter os votos para o caminho.
Mais um cabelo branco ou todos os cabelos brancos e rugas de uma cara amarrotada que quer conduzir um ano seguro.
Um dia de cada vez, um ano de cada vez e uma vida, uma vez.