segunda-feira, 18 de agosto de 2008

A Menina das Safiras

Oh tu! Menina das pedras azuis. Tu, que a minha alma possuis!

Safiras que são o detalhe num rosto angélico e de caracóis dourados.

Quando vejo as Safiras brilhar, fico preso no brilho que me deixa levar.

És tu! Menina, em ti meus olhos ficaram vidrados.

Menina e musa, que me deixa a mente confusa.

Poder tremendo, o poder da menina, que na escrita me afina.

Faz-me parar, parar para pensar e voltar a pensar.

O poder das Safiras é tão grande que me deixei apanhar.

E só num olhar.

Num ligeiro cruzar, tão intenso e brilhante, me consegue hipnotizar.

Menina das Safiras, de face marota e canudos amarelos.

És tu que me inspiras aos disparates, espero que gostes de lê-los.

Tuas pedras azuis, os poderes que possuis.

Mágicas e brilhantes mais belas que diamantes.

Teus olhos de céu, tua face idílica e cabelos de sol.

No conjunto a imagem, tão bela paisagem que parece miragem.

Oh menina das pedras azuis! Menina e musa das Safiras.

És tu que me inspiras e me enfeitiças na magia azul.

Impossível de descrever, não há palavras possíveis.

Musa dos meus disparates.

Princesa Safira, Rainha da magia e outras artes.

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Estranhas Expressões

Já ouvi alguém dizer, que uma imagem vale mais do que mil palavras.
Posso dizer, a alguém, que estou em total desacordo.
Se tiver uma imagem, uma fotografia, acompanhada por uma legenda que descreve essa mesma imagem ao mais ínfimo pormenor que a própria visão consegue alcançar, mil palavras.
Alguém poderá dizer que a imagem vale mais, ou menos, que as mil palavras?
Não tem como comparar, porquê comparar?
Alguém perguntou, palavras para quê?
E, se alguém me perguntasse, eu responderia, a alguém, apenas, palavras para tudo.
Palavras para falar, para escrever, para pensar e em todas as suas formas.
As palavras são para tudo.
Se eu tiver um problema, alguém me vai dizer para por o problema para trás das costas.
Será o mais indicado?
Pergunto eu a alguém.
Eu penso que não, diria eu se alguém me perguntasse, não me imagino a por um problema para trás das costas.
Seria mais fácil, para alguém que tivesse um problema, por o problema na sua frente e, num único e enérgico movimento projectar o problema para bem longe, ou simplesmente, poderia resolver o problema, que deixava de ser problema de alguém.
Se alguém disser, que falo pelos cotovelos, alguém, quer dizer que eu falo muito.
Se eu quiser dizer, a alguém, que escreve muito, deverei dizer-lhe que escreve pelos cotovelos?
Chega destas estranhas expressões que, em ligeiras divagações, tenho que dar a mão a palmatória, me vão fazendo a cabeça em água e por, muito pouco, quase perco a cabeça.

domingo, 3 de agosto de 2008

Tem Graça

É engraçado que, noutros tempos, ler, escrever ou, ate mesmo, pensar sequer nisso a resposta seria, educadamente, não mais do que um sorriso.
Hoje faz, apenas, todo o sentido que, uma vez que ando constantemente perdido, me encontre nas letras, sejam elas, ou não, escritas por mim.
Tem graça, hoje em dia brinco com as palavras da mesma forma que um jogador de futebol brinca com uma bola.
Cómico é, o facto de, muitas vezes, procurar uma explicação para esta mudança, mas a verdade é, penso, que não há explicação nem tão pouco mudança.
O sentido que encontro é só um, evolução.
Esta evolução, ironicamente, não quer dizer que hoje eu seja melhor, ou pior, do que fui noutras fases.
Quer apenas dizer que, sou hoje o mesmo que sempre fui e serei sempre assim.
A diferença é que agora estou atento.
E por isso, tento registar estas minhas brincadeiras com as palavras.
E a vantagem é que, ao contrario do futebol ou qualquer outro desporto, no papel não há regras, ou se as há, são feitas por mim.
Assim, a brincar a brincar, marco golo, ponto ou ensaio sempre que quero.
Desta forma, concretizo sempre que me apetece.
E quando pego num papel e numa caneta o resultado aparece sozinho, quase que como se estivesse possuído, mas antes assim do que como noutros tempos.
Tem graça.

sábado, 2 de agosto de 2008

Dormir de Olhos Acordados

O corpo funciona em piloto automático, mas reage num atraso sistemático.
É o cansaço que bate, bate e vai bater até que lhe abra a porta para o meu corpo se render.
Mas o poder da mente é grande e é nela que me refugio, por isso resisto e aguento, não desisto e ignoro o cansaço que insiste em bater.
Estou acordado, não durmo nem pestanejo, porque temo que se o fizer os olhos não queiram voltar a abrir.
Sinto que deixei de ouvir o cansaço. Relaxo.
Até que vivo outra vida, é irreal não é a minha, mas sou eu o personagem principal e gira tudo a minha volta.
Não entendo esta troca de vidas em papéis que me são atribuídos para representar e eu nem sequer sou actor.
Olho de novo em meu redor e vejo mais uma vida que não me pertence e pessoas que me chamam mas não pelo meu nome.
Chega a dúvida e eu já nem sei quem sou, sou o actor ou sou o personagem?
A dúvida que há pouco tempo chegou, trouxe malas, e rapidamente se instalou.
A confusão cresce e a dúvida é cada vez maior, agora está gigantesca e mete medo.
É a loucura que me procura e eu escondo-me no actor, escondo-me no personagem e escondo-me em mim.
Mas a loucura encontra-me sempre, como se fosse parte de mim.
Cada vez sei menos. Sei apenas que fui abandonado pela lógica e estou sozinho com a loucura, que é como uma sombra sempre comigo. Perdi o sentido.
É o pânico, e quando penso que a loucura se apoderou de mim o cansaço volta a bater, mas bate cada vez com mais força e bate de forma ensurdecedora.
Já não estou sozinho, tenho o cansaço.
Volto a ser eu, sem actores e sem personagens, olho a minha volta e vejo novamente a minha vida.
Chego a conclusão que dormir de olhos acordados é um perigo para a mente, porque o seu poder é grande mas tem limites e é no limite que a loucura te deixa na dúvida entre o real e o irreal.

Palavra

A palavra é o instrumento que lavra e cultiva o diálogo.
É o que me ajuda quando quero dizer algo, ainda que difícil de ser dita poderá sempre ser escrita.
Pode ser bonita, se for correctamente trabalhada e acertadamente posicionada, numa frase bem articulada.
Mas pode também ser feia, se não for verdadeira, dita em vão e de qualquer maneira.
Tem o poder e o dom de conseguir exprimir as ideias e intenções de quem a proferir.
Ainda que incerta, é ela que me liberta e nela que me encontro, quando ando sozinho e perdido no meu labirinto mental.
É ratoeira e não faz mal, porque é ela que me prende e nela que me perco quando penso e por questões de bom senso eu hesito e evito dize-la.
Mas digo, nem que seja sem sons, sem letras e qualquer outro pormenor ou adorno.
Os olhos também falam e não há retorno nem volta a dar, porque eles dizem sempre a verdade.
E mesmo quando a palavra é adornada com a criatividade retórica da eloquência, eles dizem-na sem falsidade.
A palavra é a semente da minha demência, mas é também, a essência da comunicação.
Foi ela que deu origem a civilização e a destruição, não é boa nem é má, é aquilo que fizeres dela.
Presa na dualidade do certo e errado, ela é a ténue fronteira instrumental que me permite escolher entre o bem ou o mal.
Aliada com o bem, é a força fundamental que inspira e fortalece o espírito.
Com o mal, ela é a ferida que fere, mata ou infecta a alma e acaba com a paz e a calma.