quinta-feira, 29 de abril de 2010

O Deambular do Impróprio

Deambulo por entre letras, palavras e teclas.
Salto, corro, pulo e tudo isto, fulo.
Não, mas poderia ser.
Já fui um romântico.
Já fui um existencialista.
Multipliquei-me por infindáveis eus.
Ate já quase fui artista.
Agora sou só louco.
E não é pouco.
É muito, cada vez mais.
Mas domino a minha loucura tão bem como ela a mim domina.
Sou impróprio para consumo.
Tenho um feitio fodido.
Há dias que não sou compreendido.
Caguei nisso tudo.
Vale-me entre tudo, o nada.
Faço magia quando argumento.
São truques e nem sequer tento.
É o dom do sarilho.
O magnetismo para o enredo.
Por entre uma variedade de registos.
Largo estruturas.
Mando rimas ao ar.
Nada disso importa, nem vai…importar.
Tive dias em que era mel em cada palavra.
Outros…
Outros em que o meu feitio era só fel.
Mas aqui, o meu génio impera.
E não quero saber de métricas.
Não quero saber de criticas.
Simplesmente não quero saber.
Mas sei.
Ignorância consciente.
Ou algo semelhante.
Hoje não sei quem sou.
Sou tu.
Sou todos.
Muitas almas para um homem?
Muitos homens para uma Alma.
Atravessei um século carismático.
Reencarnei num jovem problemático.
Ainda fico no tempo.
Sem querer, ou talvez queira.
Mas não da forma que fico.
Era bom poder escrever vidas e no fim apresentar uma moral.
Um fim de história que desse a mensagem certa.
Mas não.
É só mais um registo do impróprio.
O Louco, O Sem Salvação.
Salvador e nem sei quem mais, apenas eu próprio.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Encantamento no Momento

Baralhação com argumentos bem constituídos.
Atenção ao que falo, cuidado é musica para os teus ouvidos.
Não te distraias, não dances.
O jogo é meu e as regras feitas por mim.
Eu é que mando, domino do principio ao fim.

terça-feira, 20 de abril de 2010

Última Brisa

Um Tornado a solta, vai passando.
Segue o seu trajecto torneando.
Mas agora dança sem cruzamento.
Parece que não há volta a dar.
Soprou para longe, o sentimento.
E já só faz afastar.
Um Tornado e um Pirata.
Nas tempestades e nos copos de água.
As danças no mar.
E todos os maremotos.
Tiro o chapéu e atiro a espada.
Foi um Tudo, para Nada.
Ponto sem retorno.
Ainda que no mesmo mar de travessas.
Mas sem nunca mais avistar.
Pffuu… foi a Última Brisa.
E agora, como sempre.
Ganha a Natureza.

Ímpar de Sempre

Há coisas que por mais que repitas.
São artesanais.
Ditas, sentidas, ou escritas.
São certas palavras, que por vezes se repetem.
Mas são sempre únicas.
A mesma frase pode ser dita um milhão de vezes.
É sempre diferente.
Tem o mesmo, valor e definição.
São plurais de tão banais serem.
E ímpares na atribuição.
Atracções.
Tracções desgovernadas.
Jogos de atenção.
As coisas da sedução.
E todas as cartadas implicadas.
Tu foges.
Do vaso feito pela garra de quem tem e agarra.
Que molda a sua exclusividade.
E atribui a quem inspira.
O apenas dito por toda a gente.
Acende com o mesmo isqueiro, todas as vezes.
Um fogo novo.
Que a tentação acalora.
E faz do igual de todos os dias.
Único agora.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Batalha Emocional

Sete pedras na mão.
Disse ela.

Palavras.
Pensei eu para mim.

Verter lágrimas
Escapou-lhe.

Bandeira Branca.
Digo.

Sete palavras na mão.
Pesadas como pedras.
Duras como a vida.
Fim de um ciclo.
A dois passos da saída.

Maldita Demência

A coerência do louco mais demente.
É a sua iluminação.
A minha loucura é sem cura nem vacina.
E manifesta-se sempre que O Maldito assina.
Por entre pactos infernais e divagações geniais.
Saem jogos coerentes que enlouquecem os mais crentes.
E mais!!
A insanidade é tanta que se torna contagiosa.
É tão pouca que rasa a pandemia.
Arrisca-se a ser perigosa, mas não contagia.
A todos os dementes eu dedico este pequeno espirro.
Quem vê sentido na minha coerente treta.
Quem tem sentido a epidemia.
É para quem eu me levanto, aplaudo e saúdo.
Esses são bem piores que eu.
Porque nós, nós somos muitos e loucos.
E temos dias em que somos muito loucos.
Temos desculpa e é a nossa loucura, não há como fugir.
Vocês são poucos.
Vocês ficam doidos sem quererem.
Sujeitam-se a isso só de lerem.
As narrativas que imagino dentro da minha camisa-de-forças.
Que me esgotam e ficam com todas elas.
Em que me divido para a propagação.
Da loucura, caos e mais uma publicação.
Beijos e abraços do Incoerente e da sua maldição.

sábado, 10 de abril de 2010

A Praia da Sereia

Vi-te na praia pela primeira vez.
Houve sintonia, comunicámos.
Ainda fiquei nas tuas dunas.
Á beira-mar do meu passado.
Troco sorrisos com o futuro.
Galanteio-te Sereia, hoje.
Recito, bonito, mas não decoro.
Curioso e com a graça de um Todo Poderoso.
Enamorado, também enamoro.
Sereia, és Dona da Praia e nem sabes.
Não sabes, que sou O Pescador.
Não sonhas, que sou O Poeta.
Comunico com as marés.
Vou no teu canto, Bela.
Encanto e rendo-me ao teu encanto.
A tua areia, o teu mar.
Saio apenas para te pescar.
Algo que mostre o quanto me fazes Divagar.
Memória, história e recordação.
Voltaremos a ver o Sol, ou a Lua.
Tanto faz, desde que seja na tua Praia, Sereia.
Na costa, o Mago Pescador.
Encosta e vê-te, Sereia Senhora da Praia.
Dedico-te um poema na areia.
Que o mar te entrega em mão.
Assinado pelo Pescador, O Sem Salvação.