sábado, 30 de janeiro de 2010

Ligação

É sem ela, que o relógio conta.
Dá voltas seguidas e continua inexistente.
Em círculos, ele segue e aponta.
O passar do inevitável e sem a gente.
Contactar, nem sempre foi constante.
Mas o querer tem sido.
E por entre apontamentos, O Caminhante.
Circulava sem relógio e distraído.
Em direcção á captura.
O Sentimento afinal era armadilha.
Para o contacto, que se esfumaçava.
Conexões astutas, eram aventura.
A ligação foi feita com mascarilha.
E escondia a face, a quem divagava.
Eram páginas diferentes.
Mas no fundo, nem no mesmo livro estava.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Fasquias

Presunções esguias.
E níveis pretendidos.
E outras coisas exigidas.
Por todos os vencidos.
Nas vertiginosas descidas.
Eles caem sem luta.
Sem briga descendem nas quedas.
É o destino dos expectantes.
Que ambicionaram, mas não agiram antes.
E agora sem o Relógio.
Estão contra o inevitável.
Perderam o acesso ao pódio.
E a fasquia está instável.
Círculos e voltas comprometedoras.
Maratonas feitas pelos ansiados.
Que não chegam e são sempre Sebastianizados.
Como o Dom do nevoeiro.
Que não cumpre expectativas.
Para se esfumar em primeiro.
E perder nas longas e nocivas.
Da boémia e da demência.
Para achar a sobriedade num acto de paciência.
Tudo isto pelo esperado.
Nada disso do exigido.
Poetizações do Louco, o Salvador, o Perdido.

Degrau Frio

Está frio para descer as escadas.
Afirmação espetada como espadas.
Nas costas de quem supostamente gostas.
Um surrealismo escrito.
E por vezes desenhado.
Por alguém que se musa no errado.
E acredito, na fé dos instintos.
Na crença dos extintos.
Mas faço-o sem ingenuidade.
Faço-o apenas pela veracidade.
De quem age no equivoco.
Em sentido incriminatório.
A escadaria gelou.
E agora o sentido é obrigatório.
Ficou tudo mudo, como era esperado.
A passagem foi feita.
Pelo que divagava, e mesmo ao lado.
Como se fosse tangente.
Raspa e faz razia na gente.
Afectada pelo pouco calor.
De quem queria algum.
Não todo, mas com fervor.
Incompreensível nos gestos e tudo mais.
O Pavão retira-se e recolhe-se entre os tais.
Que diziam e opinavam.
Que argumentavam e se opunham.
Feito o julgo, relanço Tempo.
Aos Cruzamentos do Sarilho.
Divago aleatoriamente, mas não saio do meu trilho.

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Sabichão

É o que Controla o saber absoluto.
Reina a sabedoria e é Astuto.
No seu pensamento o Sábio desconhece o luto.
Nunca, em caso algum é Irónico.
Não troça, nem usa aptidão retórica.
Conhecedor já sabe o saber.
Ou então não, e agora é a valer.
O Sabichão é outro nome do Presunção.
Não controla, de todo a ciência.
Sem paciência, é Bobo e invariavelmente, Asnático.
Consegue sê-lo sem dificuldade, apenas em automático.
E sempre que lhe for possível, Satiriza.
E desliza entre gracejos, impuro.
Brinca, como um Palavroso.
O Sabichão, não passa de um Burro.
Que pensa que sabe, mas é apenas Vaidoso.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Wanted

The man who felt wanted, but just not that wanted has he wanted to be wanted.

Ver Antes

É ter a Visão primeiro que o mundo.
É também, a antecipação do bater no fundo.
Ver um Futuro sem o mesmo.
E precisão relativa.
Olhar á frente.
E contemplar a perspectiva.
Guardar essa imagem.
Confiar que o tempo lá chegue.
E que transforme a mensagem.
Depois comparar e rever o rigor.
Da relativa visão.
Com ou sem dor.
O Certo e o Errado da graduação.
A vista mostra-se com cores.
Bem colorida e nítida.
É isso antecipar de forma explícita.
Aquilo que o tempo anseia por te reservar.
Aquilo que tu vês em forma ilícita.
Mas recusas aceitar.
Vês certo, mas acreditas errado.
Um vicio de fé, de quem se acha Iluminado.
Crer e ver com tempo para a antecipação.
Ver á frente e desperdiçar tempo na Divagação.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Sinais de Fumo

Acendo a Tocha e faz-se luz na gruta.
Uma espécie de Alegoria.
Numa forma de conhecimento bruta.
Por entre o fumo e as suas sombras.
E todas as viagens á luz da Alma.
Em que todos os raios de luz ensinam.
E o fumo escrito nela, enquanto se torneia.
E dança perfeito perante um juiz crítico.
Sinaliza a iluminação do espírito.
Que cega momentaneamente, para ver.
Dono das soluções interpreta o fumo.
Aceso pela sabedoria.
Até já domina a sinalética.
Limpo de sombras, vaporiza o saber.
Divaga, de forma frenética.
Como se de sempre o soubesse ou fizesse.
O Génio sinaliza sempre que lhe apetece.

domingo, 17 de janeiro de 2010

Rota de Seda

O Dedo vai pelo Caminho de Seda.
Desce o Deserto suavemente e aproxima-se.
De mais uma curva e das mil que se lhe seguem.
De todas as serpenteadas sem fim.
Ziguezagueada, a Rota Muçulmana prolonga-se.
E enquanto o Áspero corre a sua Rota.
O quente que se sente na viagem.
É invadido por brisas húmidas.
Que refrescam o Sopro
E Anunciam os locais dos tais e ansiados.
Oásis guardados no recolher das dobras.
Que refrescam o Áspero no seu repouso.
E encorajam o regressar ao Caminho.
Pelas contra-curvas de Dunas Finas.
E de cor caramelo claro.
Da sua Rota do Oriente.

sábado, 16 de janeiro de 2010

Bloqueio

Bloqueio de Génio Saturado e sem prémio.
E ser premiado seria como desbloquear.
Prémios bloqueados em planos cegos.
E pensamentos de génio vendados.

sábado, 9 de janeiro de 2010

Alto das Luzes

Sento-me no Alto ao Vento.
E observo o Mar de Pirilampos.
Bem por cima das Luzes.
Avisto os Brilhos que Luzem no Tempo.
Do cimo daquela Nocturna Referência.
Assisto, do escuro e elevado ponto.
Á Dança de Luzes, do sitio em que me encontro.
Na maior parte das vezes perdido.
A Muralha do Templo e do Teatro.
Do Pavão, auto-intitulado Prodígio e Salvação.
O Alto Sitio situado na primeira fila do Palco.
É onde se assiste á peça dos pirilampos.
Imóveis em volta do Templo.
É do Topo das Luzes e sem iluminação.
Que me levanto e aplaudo.
A Magnifica Representação.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

A Musa Tatuada

É Arte no seu Esplendor.
É forma Feminina.
É o Ser da Força e Poder que me domina.
É tela magistral, com cores e furos.
A peça em si peca em mim.
E faz-se Musa neste Desenho.
Os doces desenhados nas suas curvas.
São a perdição da minha gula e meu empenho.
É fenómeno de um expoente máximo.
Raridade colorida de enfeites desenhados.
Invulgar jogo de linhas e cores.
Com segredos perfurados.
Nas curvas feitas pelos mestres do oficio.
Contemplar prende os olhos e dá vício.
Tintas, Riscos, Argolas e Correntes!
Combinação incomum, mas coerente.
Quem vê como eu.
Ao ver pelos meus olhos…
É impossível ser Ateu.

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Indisponível

Entre sonos e viagens.
Conversas e mensagens.
A ideia está errada e tudo são miragens.
Sem acreditar, indisponibilizo-me.
E auto-inspiro a minha cabeça.
Enquanto expiro no prazo.
As miragens fazem parte do sono.
Adormecido em meio, pela metade acordado.
É como estou, sonho e não sou incomodado.
E por muito que tentem, passa-me ao lado.
As desistências de quem insistiu.
Tentou, não estava a espera, mas viu.
Não me interrompam o discurso.
Calem e escutem, o silêncio do Indisponível.
Podem ser Tempestades, eu estou no Bom Tempo.
Façam Tudo, ninguém me corta o momento.
Sou Muso das minhas ideias no seu início.
E com seguimento também sou no meio e no fim.
Muso em mim.
De regresso ao sono, retiro-me em sonhos.
Nem nas fantasias eu deixo de me escrever.
E faço-o de olhos fechados.
Passo pelos caminhos indisponíveis.
Divago missões impossíveis.
Divago de forma acessível.
Para quem sabe o código incompreensível.
É fácil para mim, o indisponível é simplesmente impossível.

Em Vão

Divago sobre o que escrever.
Dou voltas na ideia sem saber.
Apenas com vontade.
Simplesmente ela.
E só com ela, tento.
E a verdade…
É que hoje é em vão.
O esforço de me Salvar.
Mas mesmo em vão, vou tentar.
Contornar o facto.
De hoje não ter tacto.
Nem nas teclas nem nas palavras.
Como um bloqueio.
Apenas como, não sendo.
Não anseio.
Não receio.
Nem faço disto recreio.
As Palavras são tantas, que estou cheio.
Por isso, hei-de voltar.
E se tiver sorte.
Em grande estilo e a Divagar.
Se perder o norte.
Faço-o com a mesma vontade.
Porque até em vão, nasci para Divagar.

domingo, 3 de janeiro de 2010

Entre Silêncios e Distúrbios

Quase extintas, as quase nenhumas Palavras.
Em Silêncio, comigo e com o que quero que sintas.
Não reporto a ninguém.
Os meus Distúrbios e Insanidades.
Com os lábios costurados.
Os sons são murmúrios.
E Entro no Espaço, Calado.
Com Tempo para uma Repetição Mental.
A Festa é aqui dentro.
A Selecção é tanta, que Só Eu Entro.
Sozinho na festa…
Multiplico-me em génios segmentados.
Divido-me, em criações reais e personagens inventados.
A festa já esta cheia de mim.
E eu! Também estou cheio dela.
Mas continua tudo em silêncio.
Todo disturbado…Eu continuo aqui.
Pareço surdo num mundo calado.
Enquanto sem sons, tenho tudo bem sonorizado.
Há com som e barulho, uma noção de surdez.
Renego as Novas e Velhas Palavras.
Deixo-me ficar por aqui.
Até que fique de vez.
Entre os meus Silêncios e os meus Distúrbios.
Faço uma festa de insanidade.
Onde ficou tudo por dizer.
E onde nada foi ouvido.
Até os pensamentos ecoam e Divagam, sem ruído.