terça-feira, 27 de dezembro de 2011

O Mar Que Tu És

Este mar de cheiros e fluidos nas flanelas amarrotadas, que estavam geladas quando entrei e agora estão moderadas. Não estão quentes como quando estás aqui comigo, és um perigo… Esse mar que me acalma, é o mar em que me afogo sem oferecer resistência e me salva a alma. É a ponderação do insensato, é um gostar inato e no acto segredo-te o que sinto e não minto, falo através de todos os membros do meu corpo. És o mar para onde me atiro de cabeça ou como me pedires, com todas as pedras nos bolsos e até atadas nos pés, tudo para bater e ficar no fundo do mar que tu és.

Morde

Nada como a chama para atear o fogo pelas ideias e palavras de raiva que urgem em se fazer mostrar, tal como os dentes que a maioria dos cães mostra, apenas alguns mordem realmente. Com tudo isto a vontade é de ser canino e mijar nos pés daqueles e dos outros. De todos, morder com fúria e sem dó, principalmente quando metem dó e nem passam do ladrar. Mordo mãos, mordo trelas, mordo tudo e até as cadelas. Essas que entre os cios e os afins, perdem os pios e deixam de piar. Ou se piam eu deixei de as escutar. Caguei do alto para as cabeças de merda, para todo o esforço e para a perda, do tempo e da boa vontade. Quero é que se fodam, essa é a verdade.