domingo, 7 de novembro de 2010

Última Página

Como quem diz até outro momento, levanta-se e caminha para lá.
Segue sem vento, sem parar, sem olhar para trás e sem saber para onde.
Caminha em direcção a uma estante ao acaso.
E como que num fim de ciclo as folhas caem, das árvores e dos livros.
Ficam despidas as mentes, da raiz ao topo.
Estações esgotam-se e esvaecem-se.
E estas fases como esta, a intimista de um egocêntrico com lapsos de romântico idealista.
Tal como um livro lido acaba esquecido numa qualquer estante a ganhar pó, só.
Aqui nesta última página deixo um rasgo da próxima folha.
Sem ter o que acrescentar ao gelo que estala e queima o toque.
Já me levantei, já segui, já adverti e para quem não notou, desapareci.




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