quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Fácil de Cortar

Isto nunca foi poesia, teve figuras, recursos, codificações maioritariamente verídicas, seres da minha esquizofrenia, entre outros momentos com mais ou menos brilhantismo.
Uma espécie de etapa, expressão de um auto-nomeado pela sua presunção de poeta salvador da divagação sem salvação.
Nunca foram poemas, eram sim episódios com e sem temas. Incorrigível, divagações que podiam ser viagens pela minha imaginação, não o são, simplesmente são.
Divagar é viver e aqui é uma exposição seleccionada da minha viagem.
Salvador é um nome pelo qual respondo e é de mim que me quero salvar, a minha natureza e facilidade em errar lutam-me sem se saber se é possível que me salve.
E eu faço-o por vontade, divago para tal, disfarçado de o tal. E qual disfarce eu sou real!
Nunca foi poesia, nem fui poeta, nem fui nada e nem hoje sou, bem como amanha não o serei, mas bem lido e com a respiração certa para o grave da minha voz ate passava por tal.
Planeio no casulo alguma criatividade, para que seja útil e até revele alguma habilidade. Nunca fui fácil e havendo a quem não me fiz difícil, sigo e divago balanceando da corda da minha loucura.
O bandido fecha a porta brevemente.
Vou voltar, só ainda não sei como nem quando.

sábado, 4 de setembro de 2010

Calças do Poeta

Na expansão da ideia visto as calças do poeta.
Desfoco os espelhos com os ouvidos apurados.
Fluo ágil e demente, sou aquele atleta.
Brindo tintos cheios com o esplendor de jovens casados.
Embriaguez extasiante a daquelas calças do poeta.
A mente crescia até cair exausta.
Reencontro caras do tempo da forma, asteca.
Argumento surpresas com graça, serio e na raça.
Quando visto as calças do poeta.
Artimanho oceanos encriptados e espécies para os abismados.
Do alto da idiotice visto o vilão das calças e registo letra directa.
Lanço-me na minha música de jogo avançado.
O Pavlov não o fazia mais condicionado.
Só o sem salvos das penas.
O doido e os seus emblemas.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Honestidade

Nada, não quero.
Tudo, não quero.
Eu nem me quero.
Quando falo em tudo.
Não quero tudo.
Quando falo em tudo.
Quero disposição para tudo.
Quando penso nisso.
É complicação a mais.
Até para quem complica.
Até para mim.
Nada, é o que resta fazer.
Só de o imaginar.
Perdição do que se perde em si.
Quero disposição para tudo sem que o implique.
E por mais que implique não fico alheio.
Não dá.
Só quero coragem para um passo.
Não quero o passo.
Poder arriscar, ser capaz.
Não o fazer por não ser necessário.
Mas ser capaz em caso de.
Tempo que arde.
Queimaduras sem grau.
Sem medição.
Milhões de motivos.
Sem um motivo.
Não se controla.
Grito e abano.
Silencioso e estático.