terça-feira, 9 de agosto de 2011

Tela Partida

Não posso mais, perdi o princípio logo no próprio, sabia ser sem causa.
E sem por na pausa, segui e deixei seguir a ver onde dava sem deixar perder de vista.
Agora avisto o que por ver na frente já tinha visto, pressentir o que havia de surgir na curva.
A visão já está turva e o barulho do silêncio incomoda mais do que os gritos, esses ditos ensurdecedores.
Agora ponho as guitarras na cabeça para esquecer o silêncio que até a dormir me acorda.
Deixo as cordas oferecerem a música ao nó que tenho do estômago ao cérebro e que logo me aborda.
E acordado e sem dormir sonho que podia ser de outra forma que não esta, a semente do mal escapa-se e faz tremer o querer e os medos e pede salvações mudas em telas partidas que querem ser ressuscitadas por pregos linhas e agrafos até que volte a beber tinta com as formas das cores.
É por isso que não posso mais, porque me esgotei por saber de inicio que assim seria, mas que porcaria, ah bela merda, porque a tela está partida partiu-se uma parte da minha vida envolvida na semente do mal evadida, ainda nem sei bem onde é a saída.
Voltarei com a tela renascida.