segunda-feira, 27 de abril de 2009

Fusões

Luz incandescente, essa que me cega, momentaneamente.
Fixo, conto ate três e fico cego, novamente.
Na minha cegueira encontro uma nova mente que brilha mais que a luz.
Essa mente tem os olhos semicerrados e vê os raios luminosos dispersarem do núcleo incandescente.
Atrás dessa luz há algo, uma forma metálica, que acusa as suas formas nos reflexos luminosos da tal luz.
As suas formas são simples, brutas e belas.
A luz que me cega faz-se acompanhar de um ferro torneado de forma grotesca, mas bonita.
Continuo encandeado porque o jogo de luzes e reflexos apoderou-se de mim, e os olhos que estavam semicerrados estão agora semiabertos e os reflexos luminosos espelham por toda a divisão.
Os olhos estão iguais, só a perspectiva mudou.
A luz brilhante está presa ao ferro trabalhado, que está apontado ao animal que se esconde e foge da luz que queima a cada reflexo cegante que vai ferindo os olhos.
Como quem não vê eu vou tacteando a procura de explicações, mas encontro um candeeiro aceso no qual vagabundeei ate aqui.
Cego, pela Luz, hipnotizado pelos reflexos das luz no ferro, encontrei um animal.
Um rato, que andava as voltas na toca, ás cegas e inconsciente do que o rodeava.
O Rato era na verdade uma pessoa, a Luz era o Sol e o Ferro era a sua força.