quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Nada

Tudo vale, num vale tudo, que não vale nada.
Surpresas e desilusões são o pão de cada dia.
Gostava de acordar um dia e acreditar que faço parte de uma sociedade justa e homogénea.
Mas a verdade é que o salvador está de partida e não sabe para onde vai.
Esta poderá ser a ultima divagação de um incorrigível Salvador sem salvação.
De momento não pretendo divagar, tenho agora vontade de objectivar e aplicar as palavras de outra forma.
O meu ser não morre aqui, talvez seja este o momento do renascimento onde do interior de um Salvador se ergue e nasce outra pessoa.
Alguém mais real que o virtual anterior.
Pretendo de agora em diante exercer uma nova escrita, algo que nunca fiz antes.
Ate um inesperado regresso do salvador, ou ate outro dia qualquer.
E sem ter o que dizer despeço-me com um grande, nada.

domingo, 8 de fevereiro de 2009

A Ferro e Fogo

Louco e possuído, corro, salto e pulo.
Faço tudo enquanto escrevo as minhas chamas.
Fogo é chama que arde e queima, mas a mim não me aquece nem me arrefece.
Encontro-me com um sistema imunitário invejável, sou intocável por todas essas forças que ninguém vê e que insistem em fazer estragos.
Mas a mim não me estraga, nem se aproxima.
Serei pior que as forças?
Serei melhor?
Ou igual?
Sinceramente não me interessa, enquanto conseguir agir fora da esfera dessas acções reprovadas por mim.
Importante é ser forte como o ferro e quente como o fogo.
Evitar a agua é fundamental, para o meu ferro não enferrujar e não apagar a minha chama que chama por mim sempre que uma visão me salta a vista.
E me perco de vista de mim mesmo, fico perdido em divagações absurdas e viagens longínquas e cheias de aventuras.
Ate voltar a mim ao ferro e ao fogo.
E nessa combinação poderosa volto ao discurso da moral e das forças que vou repelindo com o meu magnetismo.
Durante o período que me mantiver alheio a força que desprezo continuarei a ser um Divagador puro como o metal e calor do ferro e do fogo.

Miserável

O miserável treme, não tem força nem fome.
Tem a febre que consome a pouca energia que resta.
E escorre o suor pela testa e por todo o corpo.
Não é pelo desporto nem pelo calor, tem frio e está por um fio.
Nas fraquezas, vacila e oscila mas não cai.
Debilmente enfraquecido emagrece mas não se dá por vencido.
Resiste e insiste porque estar miserável não é bom nem é hábito nem cria habituação.
Não dorme, sofre e dói tudo como nada doeu antes.
Transpirações, loucas, que pelam os lábios e fazem os quilos desaparecer.
Insanidade que chega com a agua salgada que gela o corpo doente.
Dizem que é febre.
Dizem que é siso.
Digam o que quiserem, já passou.
Mas ate passar a roupa pesava de molhada enquanto nada ficava no organismo nem nada era aceite.
Cuidados intensivos e suores destrutivos, que matam, mas não mataram e foi por pouco, por um triz, bateu em cheio mas não derrubou.
O Salvador esteve sem salvação mas aguentou e agora voltou.
De regresso, chega as percentagens absurdas das divagações mais forte que nunca.
O miserável não é miserável, estava miseravelmente doente e agora está bom.