sábado, 5 de junho de 2010

Mais Perto do Universo

Então…
O meu nome é Salvador, estou sentado numa mesa porca.
Em guerra de letras, flutuo sentado e virado para a porta.
Na serrada, a distorcida vista.
Segue a sombra e o vulto da pista que avista.
Ah… Oscilo.
Identifico óculos, copos e palha, génio e umas tralhas.
Amanhece na mesa o ontem histórico.
Monologando eu sussurros tísicos.
Argumento louco no espelho, vomito recursos estilísticos.
Entretanto divago e já estou perdido no piloto automático.
Não conduzo, só já vejo a viagem.
Pergunto-me.
Pergunto-me o que?
Não sei que resposta dar.
Canto profecias, mas não sei do que estou a falar.
O consciente, ou o outro…
Então…
O licor é o mote para respirar, já volto.
Um trago, um tiro.
Doce, certeiro.
Repito todas as etapas.
Uma após outra, estou cada vez mais perto do universo.
Divago, literalmente.
Ainda oscilo.
Procuro o raciocínio pelo seu fio, mas já não o encontro, desconfio.
Saboreio, bafejo.
Fresco, forte.
Mais uma vez, repito todas as etapas.
Uma após outra, estou cada vez mais perto do universo.
Agora não divago, o fio achou o raciocínio e faço o escrutínio.
Sou olímpico nas etapas.
E exclamo, sem reclamo, apareço e declamo o parecer de um insano calmo.
Provo, respiro.
Aprecio, suspiro.
Mais uma vez, repito todas as etapas.
Uma após outra, estou cada vez mais perto do universo.
Sou Irónico, de baptismo Salvador é claro que é de mim que tenho que ser salvo.
Sou Sarcasmo e nem de propósito, eu sou a minha marca, eu não sou plágio.